Guia BNegão

Inicialmente esse post seria apenas sobre o projeto The Funk Fuckers, mas quando comecei a falar sobre esse álbum fiz uma passagem obrigatória pela carreira de Bernardo Santos, B Negão, grande ativista da música brasileira e da cultura livre e resolvi ampliar para outros projetos, que, também são massa e vai nos ajudar a esquentar os neurônios para o Festival Sem Paredes.

Ampliar o foco para além de Bailão Classe A ajudou bastante, pois, é difícil dizer se é um disco pancadão funk, com batida rap e pegada hardcore, ou pancada hardcore com pegada rap e batidão funk…. A verdade é, The Funk Fuckers apresenta nos idos de 1997 uma grande homenagem a sacanagem, diversão e a putaria, tudo bem escrachado e com muito bom humor, causando um choque aos ouvidos mais puritanos, musical e culturalmente falando.

Após o enfumaçado Planet Hemp e o profano The Funk Fuckers, B Negão se junta aos excelentes Seletores de Frequência e apresenta uma obra prima da música independente brasileira, o explosivo Enxugando Gelo. Com uma mistura de hip hop, reggae, dub, jazz, funk e samba (sim, tudo isso!), o disco agitou o ano de 2003 com a distribuição na internet e um discurso politizado e atual.

Para completar essa trilogia, sem tirar, vamos para Baile Bass, o resultado do encontro turbinado do trio B Negão, Alexandre Basa (Mamelo Sound System) e Tejo Damasceno (Instituto). Nesse álbum o Turbo Trio apresenta um excelente entrosamento com a música eletrônica e suas diversas influências, Funk Carioca, Dub, Raga, Eletro, sempre com uma pedrada na orelha e muita ideia na mente!

É marcante a presença do B Negão na história recente da música brasileira e sua influência na cena independente. Suas variadas parcerias e participações mostram, além de um compositor de rap, um cara apaixonado pela cultura e pelo povo brasileiro, pois como ele diz, “tradição oral é de quem escuta!”.